segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Final - Último Capítulo Especial

Antes de sair precisei falar com mais alguns parentes. Meus avós por parte de mãe, tia Agatha e tia Emily. Apressei-me para ver meus primos; curiosa.
As duas pestinhas loiras eram meus vizinhos. A porta da casa estava aberta. Subi as escadas direto para o quarto da Priscila, onde encontrei os gêmeos com seus olhos azuis brilhando de ansiedade. Apontaram para um pacote na cama.
- Seu presente. - Falaram quase ao mesmo tempo.
Uma lágrima correu do meu rosto quando vi. Aqueles dois realmente me conheciam. Era um quadro enorme cheio de fotos dos Fallen Angels. Fotos que eu nunca nem tinha visto antes. A coisa mais difícil era conseguir foto da banda com aquele povo. Meus pais quase não tinham e pelo que parecia nem meus tios. Eu me enchia com fotos que pegava na internet de antigos fãs da banda.
- Como... ? - Esboucei.
Eles se entreolharam satisfeitos.
- Demos o nosso jeito.
Encarei cuidadosamente cada foto. Em algumas nossos pais também estavam.
Voltamos para a minha casa. Fiz questão de levar o quadro para o meu quarto, Daniel foi me ajudando, porque o quadro era mais pesado do que parecia.
A sala estava abarrotada. Nicole, a filha da Kate James estava na sala. Sua mãe não pode ir porque estava ocupada com a gravação de mais algum filme. Do lado dela estava a tia Mari e o tio Scott.
Mariana além de minha tia, mesmo que só por consideração, também era minha professora e fazia as melhores refeições do mundo! Seus bolos... Passar as tardes na casa deles era o sonho de qualquer criança; eu adicionaria adolescente, já que eu continuava amando. Eu não via tanto o tio Scott, ele era bastante ocupado com "negócios da família" como todo mundo me dizia quando eu perguntava o que o tio fazia.
Olhei ao redor ansiosa. Já estava anoitecendo e não estavam todos que eu esperava lá.
- Sua mãe me disse que você não queria bolo de aniversário, por isso eu fiz um bolo como presente exclusivo para a aniversariante. O seu preferido! - Tia Mariana falou e piscou um de seus olhos para mim.
- Você costumava gostar de assoprar as velinhas enquanto todos cantavam "parabéns pra você". - O tio comentou.
A tia Mari empurrou três dedos no ombro do tio, repreendendo o seu comentário.
- Vocês não fazem festinhas assim pra vocês. Agora eu tenho quinze anos, tio. Não sou mais uma criança. - Respondi um pouco revoltada por ninguém perceber que eu estava crescendo.
Ele sorriu - Não está mais aqui quem falou.
Sorri de volta e pedi licença. Dei mais uma olhada em todos conversando animadamente na sala e fiquei quase satisfeita. Fui para a parte de trás da casa.
Caminhei até a beirada da piscina e brinquei mexendo na água.
- Uau! - Alguém falou.
Dei um grito bobo com o susto.
- Desculpa, não quis de assustar. Eu já estava para entrar e te dar os parabéns apropriadamente.
Ele sorriu. Um sorriso que eu não via há muito tempo e que fazia meu coração bater mais forte.
- Ethan!
- Gostei do visual. - Apontou para o meu cabelo.
- Obrigada. Nossa, faz tanto tempo que não te vejo... - Falei ainda sem acreditar que ele estava bem ali na minha frente.
- Desculpa por isso também. Não tem sido fácil lá na faculdade.
- Imagino...
Ficamos em silêncio uns segundos.
- E o meu abraço? - Pedi.
Ele sorriu largo e me abraçou. Perguntei mentalmente se além de lindo ele precisava cheirar tão bem. Sentei na cadeira ao seu lado.
- Ainda evitando seus pais? - Perguntei.
- Um pouco. - E me lançou um olhar que eu conhecia.
- O que foi, Ethan?
Sorriu novamente. Por mim, ele podia continuar me mostrando aqueles dentes perfeitos a noite toda. Sem problemas, pensei.
- Você continua perceptiva.
Perceptiva e uns sete malditos anos mais nova que você. Suspirei pesarosa.
- Então, ainda não contei aos meus pais, mas desisti da faculdade de direito. Estou fazendo de artes.
Lembrava de seus desenhos. Tinha guardado um que ele fez de mim.
Abri a boca dramatizando. - Seu pai com certeza vai pirar.
Ethan balançou a cabeça confirmando.
- Mas você está certo, Ethan. A vida sua, você sabe o que é melhor pra você. Uma hora seu pai supera...
Tio Scott era um pai cheio de exigências. Às vezes minha mãe dizia que o tio deveria ser assim por medo que o filho tivesse a mesma vida que ele quando jovem.
- Eu sei... - Olhou-me de lado. - Mas hoje é o SEU dia. Melhor a gente entrar e comemorar com o pessoal.
Ethan se levantava, segurei de leve seu pulso. - Podemos ficar aqui só mais um pouco?
Olhou-me com ternura e sentou-se.
- Você mudou tanto que nem parece mais a criança que se despediu de mim aqui em Primavera há quatro anos. - Comentou.
Sorri satisfeita. - Lembra de nossas conversas até tarde na varanda da sua casa?
- Claro. Eu vivia te enchendo com meus dramas familiares...
Olhou-me novamente, passou um dos braços por cima dos meus ombros e me puxou para mais perto de si. - Senti a sua falta, Cici.
Adorava que ele fosse o único a me chamar daquela forma. Lembro quando mais alguém tentou me chamar assim também e eu ignorei até que desistiu.
- Vai ficar aqui por quanto tempo?
- Não muito. Talvez eu sobreviva por três dias com meus pais.
- Você podia ficar aqui em casa. Seria o presente de aniversário mais lindo!
Ethan riu. - Que presente de mau gosto! Mas se seus pais não se incomodarem, posso sim.
- Jura?
- Claro. - Deu um beijo na minha testa.
Ficamos ali apoiados um no outro à beira da piscina por um bom tempo antes de entrar. Como eu odiava ser ainda tão nova.
A tia Talita já tinha chegado; permanecia lindíssima. Ela e sua namorada me parabenizaram.
- O que acha de cantar um pouco com a sua tia aqui? - Talita me perguntou.
- Sério? Seria perfeito!

"Um pouco" nada. Cantamos a noite inteira. Meu pai e meus tios tocaram. Foi o melhor aniversário da minha vida.

Final - Primeiro Capítulo Especial

Muitos anos depois

CECÍLIA

Tinha me visto no espelho umas mil vezes naquela manhã. Estava me achando o máximo, sem qualquer sombra de modéstia. Tudo culpa de uma foto antiga que encontrei da minha tia Talita em um dos seus shows; ela estava perfeita. Cabelo na altura do ombro na cor azul turquesa. Fiz questão de deixar o meu exatamente igual. Já tinha exibido meu cabelo exótico para o mundo fazia uns dias, mas o motivo de estar especificamente nervosa naquele momento era porque uma porção de familiares que eu não via há algum tempo chegaria a qualquer momento do dia. Meu tão sonhado aniversário de quinze anos tinha chegado.
Eu não quis nenhuma "super festa", não quis nem chamar meus amigos da escola. Fiz questão apenas que nossa família estivesse presente. Uma música ao fundo, todo mundo reunido na sala contando histórias de quando mais jovens.
Falando assim, faz até parecer que nunca vejo meus parentes. A única coisa que dificilmente acontecia era ter todos reunidos, mas eu tinha memórias muito queridas desses raros momentos.
- Ceci, já tem gente lá embaixo te esperando. Não vai descer? - Minha mãe perguntou me encarando da porta aberta do meu quarto.
Pensei que deveria ser verdade o que dizem sobre as pessoas ficarem mais bonitas aos nossos olhos quando gostamos delas. Porque não conseguia lembrar de nenhum momento em que achei a minha mãe menos que deslumbrante.
- Quem já chegou? - Perguntei animada.
Ela sorriu - Desce e descobre.
Dei, possivelmente, a última olhada no espelho e corri até as escadas. Vi meus avôs por parte de pai e um tio solteirão (meio irmão do meu pai).
Eu sabia que podia deixar os outros com ciúmes, mas não quis me conter e abri o maior sorriso de todos pro meu avó Diogo. Foi o primeiro que abracei e me demorei em seu abraço.
- Melhor avô do mundo! - Eu sempre dizia bem baixinho isso em seu ouvido toda vez que nos encontrávamos.
- Diz isso pra todos. - Ele sempre respondia.
De qualquer forma, eu era uma das poucas sortudas a ter cinco avós. Deram-me meus parabéns.
Meu pai já estava na sala e eu podia apostar que ele era o quarentão mais gato do mundo todo.
- Sally está ocupada? - Minha avó Ana perguntou, mais por educação, imaginei. Ela e minha mãe nunca foram muito próximas.
- Sabe como ela fica quando está organizando festas... - Meu pai respondeu.
Revirei os olhos. Nem tinha o que organizar, minha mãe que ficava inventando...
Continuamos conversando sobre bobagens cotidianas até que chegou quase a família inteira de uma só vez.
Tio Rick realmente me assustou. Ele era ultra mega gato em seu tempo de Fallen Angels, e até nas últimas vezes que o vi pessoalmente não estava nada mal. Mas talvez os divórcios e filhos tenham finalmente pesado em sua aparência, porque parecia ter envelhecido de um dia para o outro uns mil anos.
- O tio não ganha abraço da aniversariante baixinha? - Brincou.
Revirei os olhos - Não sou mais baixinha, tio. - Falei enquanto o abraçava.
Riu como se eu tivesse feito alguma piada.
O tio Caio e o tio Vinícius, que também fizeram parte de Fallen Angels, não tinham nada a ver com os dois jovens que eu via em fotos de seus antigos shows. Suspirei pesarosa com o pensamento. Todos eles tinham mudado bastante. Caio estava com a esposa e Vinícius com a namorada.
Logo atrás dos meninos vi a tia Yasmin. Ela estava sempre organizando eventos para arrecadar fundos para ajudar diversas ONGs. Ao seu lado o tio Derick, um escritor bem sucedido. Muitas das histórias que eu sabia sobre meus pais tinha sido através do livro que ele escreveu muitos anos antes do meu nascimento.
Meus pais eram "chatinhos" para contar histórias; contavam o básico do básico. Se eu quisesse saber um pouco mais, corria para o tio Derick. Eu adorava imaginar meus pais quando jovens e a sua história de amor.
Os dois me parabenizaram.
- Ceci, a Priscila e o Daniel pediram que você os encontrassem lá em casa. - Tio Derick falou.
- Esses dois abusados... - Tia Yasmin comentou sem graça.
Sorri. - Já estou acostumada, tia. Vou lá, então.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

22- Capítulo Vinte e Dois

2011

Nos abraçamos. Trocamos um selinho. Sally segurou a minha mão e me olhou por um momento.
"Por favor, se mandem logo de nossas vistas." Talita reclamou.
Sally levantou uma sobrancelha e respondeu. "Seu pedido é uma ordem."
Me arrastou para o seu quarto. Assim que fechou a porta me empurrou contra a parede. Beijou-me e respondi com a mesma urgência.
"Senti tanto a sua falta." Falei.
Ela encostou a sua cabeça na minha, ainda ofegante. "Nunca mais... Sem mais distancia e saudade."
"Nunca mais." Repeti sorrindo.
Fizemos amor e ficamos juntos na cama por todo o resto do dia.

I Miss You - Blink 182
And in the night we'll wish this never ends
We'll wish this never ends
I miss you, miss you
I miss you, miss you
E de noite desejaremos que isso nunca acabe
Desejaremos que isso nunca acabe
Eu sinto sua falta, sinto sua falta
Eu sinto sua falta, sinto sua falta

O estômago de Sally roncou. Levantei-me.
"Pra onde pensa que vai?" Perguntou.
"Você precisa comer."
Sally sorriu maliciosamente. Ri em resposta.
Estávamos sozinho na cozinha. Enquanto eu procurava algo para fazer um sanduíche Sally começou a falar.
"Tento tanta coisa pra te contar, mas olhando pra você não consigo pensar em muita coisa."
E ouvindo Sally me dizendo essas coisas também não ajudava a lembrar o que eu estava fazendo com a bandeja de queijo na mão.
"Na verdade, eu consigo pensar em MUITA coisa, mas tudo é muito mais praticável..."
Larguei o que tinha nas mãos, segurei seu quadril e a coloquei em cima da mesa. Nos beijamos de uma forma que não seria uma boa ideia ter plateia. Seu estômago roncou novamente. Separamos nossas bocas rindo.
"Melhor você me esperar no quarto enquanto preparo nosso lanche." Falei.
Sally fez beicinho. "Se demorar eu volto."
Quando eu cheguei ao quarto encontrei Sally de costas, encarando a janela. No momento em que ela me ouviu entrar, vi sua tentativa falha de secar algumas lágrimas secretamente.
Coloquei a bandeja em cima de uma comoda. Abracei-a.
"O que houve, meu amor?" Perguntei.
"Não sei o que fazer..."
"Sobre o quê?"
Desviou o olhar e sentou-se na cama. "Tem algo importante que não te contei."
Esperei.
"Existe um curso de teatro fantástico, renomado e desde que soube de sua existência fico me imaginando sendo aluna lá. Mas eles não aceitam qualquer um, sabe? Conversei algo com a Cristina e ela de alguma forma conseguiu um teste lá pra mim." Deu uma pausa, mas ainda sem me olhar. "Fiz o teste e por algum milagre passei."
Eu sabia que os poréns estavam por vir e ainda assim, de pé em sua frente, puxei suavemente seu queixo na minha direção. "Isso é ótimo."
Uma lágrima desceu pelo seu rosto. "Jack..." chamou. "Fica em outro país. E não quero ficar longe de você. Ficamos poucos meses distantes e olha só como o nosso relacionamento ficou. Imagina ainda mais longe e por mais tempo."

Don't waste your time on me, you're already
The voice inside my head (I miss you, miss you)
Não perca o seu tempo comigo, você já é
A voz dentro da minha cabeça (eu sinto sua falta, sinto sua falta)

"Sally Carter, estou com você como namorado, amigo, conhecido, o que você quiser, e seja como for a única coisa que vou sempre querer é te ver feliz, e no que eu puder te ajudar a realizar os seus sonhos. Nunca serei um empecilho na sua vida."
Ela sorriu ainda triste. "Você é uma parte essencial para mim. Sinto que tenho sido uma péssima namorada... Como vamos fazer tudo isso funcionar?"
"Primeiro vamos curtir nossas férias juntos. Depois você vai para o seu curso, sem preocupações e realiza o seu sonho."
"Eu nem sei se é isso mesmo que quero pra mim, Jack. Talvez seja só uma ideia besta e passe logo."
Nos olhamos em silêncio por um tempo.
"Vai ficar tudo bem." Falei.
Nossas férias não duraram tanto quanto eu gostaria. Pouco depois do início do ano, Sally foi embora.

(I miss you, miss you)
(eu sinto sua falta, sinto sua falta)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

21- Capítulo Vinte e Um

2011

Eu e Sally estávamos sempre nos falando, na maior parte através do celular. Eu nunca tinha muito o que contar e adorava ouvi-la falando suas novidades.
"Só vou esperar esse casamento para falar com meu pai que quero voltar a morar em Almerim. A cara de falsa dessa mulherzinha!" Desabafou comigo na nossa primeira conversa desde que ela fora morar com o pai.
Eu sentia a falta de Sally, ali em carne e osso na minha frente, deitando sua cabeça em meu colo ou pedindo que eu matasse aula com ela. Mas nossos constantes diálogos não deixavam que eu me sentisse realmente distante. Imaginei que com o passar dos dias ela começaria a falar menos comigo, mas isso não aconteceu. Entre uma atividade e outra já estávamos conversando novamente. Pelo menos foi assim por um tempo.
Em nossa mais recente conversa eu quase podia ver sua expressão constrangida ao falar comigo pelo celular. "Ela... A Cristina na verdade é uma pessoa bem amável. E a sua filha, Agatha, é tão adorável que eu poderia..." Fez uma pausa. "Estou feliz por elas terem entrado na minha vida, Jack."
Não fiquei surpreso, suas reclamações foram sumindo nos dias anteriores.
Surpreso fiquei com um dos e-mails de minha mãe. Ela me convidava para um almoço em família. A parte inesperada foi o motivo: comemorar o retorno do Scott.
Nunca tive interesse em saber o motivo que o fez sair e muito menos teria em saber o que fez ele voltar. O almoço foi como todos os outros naquela casa. O silêncio e depois cada um de volta para seus afazeres. Mas reparei que o Scott estava diferente. Talvez fosse tristeza. Eu não quis prestar muita atenção.

The Show Must Go On (Queen)
Abandoned places
I guess we know the score
On and on
Lugares abandonados
Eu acho que nós sabemos o resultado
De novo e de novo

Tinha imaginado que por todo aquele alvoroço o pai de Sally faria uma grande festa em seu casamento. Acreditei que seria a oportunidade perfeita para rever a Sally. Mas eles apenas se casaram no cartório.
Sally estava se envolvendo em muitas atividades em sua nova escola e bem, eu mesmo que tinha lhe dado esse conselho; não queria que ela ficasse só. Consequentemente, nossas conversas diminuíram depois de pouco mais de um mês sem nos vermos.
"Pensei em ir te visitar depois da última aula na sexta-feira. Daria para passarmos o fim de semana juntos." Falei com Sally na webcam.
Ela pareceu sem graça. "Não falta tanto assim para o fim do ano, Jack."
"Não quer me ver?"
"Estou te vendo agora." Tentou fazer graça.
Suspirei pesaroso.
"Jack..." chamou. "Desculpa, mas tenho estado muito ocupada. E de um jeito bom. O fim de semana é quando posso ficar com a minha família... e durante a semana tem a escola." Sorriu de mau jeito.
"Você está feliz?"
"Estou."

Inside my heart is breaking
My make up may be flaking
But my smile
Still stays on
Por dentro meu coração está se partindo
Minha maquiagem pode estar escorrendo
Mas meu sorriso
Ainda permanece

Não tivemos muito o que conversar depois.
Enquanto isso a banda parecia estar indo pelo caminho certo. Talita dizia que era certeza conseguirmos algum contrato, que só precisávamos terminar logo nosso ensino médio que todos os nossos sonhos se tornariam realidade.
Como era de se imaginar, meus dias se resumiram a incansáveis ensaios.
As férias tinham chegado e iríamos viajar no dia seguinte. Sally combinou de nos encontrar no hotel. Por isso foi impossível não nos surpreendermos quando vimos Sally passando pela porta de casa.
"Prima?" Ricardo incrédulo.
"A maravilhosa em pessoa!" Sally respondeu rindo.
Ele não revirou os olhos, como teria feito há poucos meses, Ricardo abriu um largo sorriso e foi abraçar a prima.
Sua família estava toda na sala, como se soubéssemos que ela iria aparecer.
"Uma pessoa que não fosse desnaturada teria dito que nos encontraria aqui primeiro!" Talita disse depois de abraçá-la.
Eu continuei no sofá. Sentindo o meu coração batendo enlouquecido.
Sally inclinou a cabeça para um lado me procurando, assim que me encontrou sorriu e então quase deixou de sorrir. "Jack? Não ficou feliz em ver?"
Eu estava feliz. Talvez mais aliviado que feliz. "Estava esperando a minha vez."
Riram e ela me chamou com uma mão.

The show must go on, yeah
The show must go on
O show deve continuar, sim
O show deve continuar